Impact techs: para sobreviver, empresas devem unir capacidade de inovação e impacto positivo

Os pilares de sustentabilidade, sociedade e governança (famosos da sigla ESG) trouxeram à tona uma necessidade que passa a ser básica daqui para frente: transformar a maneira como as empresas produzem e fazem negócios. É nesse sentido que surgem as Impact Techs, startups que têm entre os seus propósitos promover impacto positivo no planeta. “É uma nova forma de encarar o mundo corporativo, as obrigações sociais e a saúde do planeta”, explica Daniela Klaiman, um dos principais nomes da futurologia do Brasil.

Unir impacto e inovação é uma das principais maneiras de garantir um resultado positivo, porque as ações que acontecem em grande escala são essenciais e normalmente estão ligadas à tecnologia. “As startups que estão nascendo e se estabelecendo com o foco voltado à sustentabilidade e com soluções para dores importantes fazem parte desse novo jeito de trabalhar. Todas as empresas terão que migrar para esse modelo se quiserem sobreviver”, explica Klainman.

ESG não é moda, é propósito e impacto

A futurista acredita que alguns fatores têm acelerado os investimentos e o crescimento das Impact Techs, assim como a adoção de práticas do ESG nas empresas. São eles: 1. Convergência entre tecnologia e mundo de impacto; 2. Sentimento de urgência sobre os desafios globais; 3. Aumento de incentivos econômicos; 4. Crescente influência das novas gerações como consumidores, trabalhadores e investidores mais conscientes; 5. Possibilidades criadas pelas tecnologias emergentes e 6. Novas leis e compliance instaladas nas empresas.

$s países mais desenvolvidos já se comprometem com o impacto de seus negócios. “Na Europa, por exemplo, mais da metade dos ativos já estarão em fundos com critérios ESG até 2025”, diz a futurista. Vale destacar que os fundos com essas premissas já atingiram US$1 trilhão e R$1 bilhão.

O desafio dos resíduos de embalagens

Você sabia que o Brasil recicla menos de 4% de todo o lixo (Abrelpe) gerado em seu território? Isso ocorre não apenas pela falta de hábito dos brasileiros, mas porque a cadeia de reciclagem é pouco desenvolvida. Por isso, é necessário incentivar discussões e negócios que buscam uma solução para esse problema. A reciclagem, por exemplo, é uma das maneiras de garantirmos um futuro mais sustentável e promissor para as próximas gerações, mas em um país de dimensões continentais, implementar sistemas de logística reversa é quase impossível, o que dificulta a ação das empresas para este fim.

Para melhorar o cenário de reciclagem brasileiro, em 2010 foi criada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), complementada por decretos estaduais e acordos setoriais, que obriga as empresas a reciclarem pelo menos 22% de suas embalagens. “Comparado ao que temos no país, esse número é realmente alto, mas na Europa, que faz isso há décadas, a meta fica entre 80% e 90%, o que mostra que por aqui estamos apenas começando e temos muito a evoluir”, explica Thiago Carvalho Pinto, CEO da eureciclo, maior certificadora de logística reversa de embalagens do país.

A logística reversa é um conjunto de ações que visa ao encaminhamento ambientalmente correto de resíduos pós-consumo, ou seja, depois de descartados pelo consumidor, para que as companhias possam reaproveitar os materiais, evitando que cheguem à natureza. Considerando que um produto comprado em São Paulo (SP) pode ser descartado em Rio Branco (Acre), uma distância de mais de 3,4 mil quilômetros, é possível entender o enorme desafio do qual estamos falando. E é aí que entra a melhor alternativa para o problema: a compensação ambiental.

Se não dá para reciclar os mesmo resíduos, a melhor alternativa é compensar

O conceito de compensação ambiental define o mecanismo de direcionar resíduos equivalentes, em peso e material, para a reciclagem, com remuneração extra para os operadores de coleta e triagem pelo serviço ambiental prestado e é um mecanismo reconhecido legalmente. A eureciclo trouxe o modelo para o Brasil, inspirado no caso de sucesso da Espanha, que passou de 4,7 para quase 80% (entre 1998 e 2018) o índice de embalagens recicladas por compensação ambiental.

“Ampliar o uso desse modelo é o melhor caminho. Além de ser uma plataforma inovadora, essa Impact Tech está fomentando a indústria de reciclagem exponencialmente, conectando todos os atores em todas as regiões, para possibilitar a emissão dos Certificados de Reciclagem, que só é possível em razão da tecnologia de rastreabilidade da empresa, que usa o blockchain para tornar o processo seguro e transparente”, conta Klaiman.

“Desde que iniciou sua atuação, a eureciclo já repassou mais de R$ 16 milhões a 225 cooperativas e operadores, que impactaram diretamente mais de 5,7 mil trabalhadores e 17 mil famílias”, comemora o CEO, que completa: “Ao todo, em conjunto com nossos mais de 4,5 mil clientes em todo o país, já compensamos mais de 300 mil toneladas de recicláveis, evitando que esse resíduo chegasse ao meio ambiente e causasse ainda mais prejuízo”. Para Daniela Klainman, “empresas como a eureciclo são o modelo do futuro e parceiros-chave no momento de implementar as novas práticas de sustentabilidade e governança”.

Para saber mais sobre esse assunto, assista o vídeo: https://info.eureciclo.com.br/especial-esg

Sobre a eureciclo

A eureciclo certifica a logística reversa de embalagens pós-consumo de empresas de todo o Brasil, por meio de uma plataforma de tecnologia que rastreia os dados da cadeia de reciclagem e confere consistência e escalabilidade ao processo, fornecendo para a indústria certificados de reciclagem robustos e transparentes. Para isso, utiliza o modelo de compensação ambiental, que consiste em garantir que uma massa de resíduos equivalente a das embalagens que uma empresa coloca no mercado foi destinada à reciclagem. A homologação de seus operadores parceiros é um dos pontos-chave de sua operação, uma vez que promove a formalização e o desenvolvimento do setor e os torna aptos a receberem os investimentos provenientes das empresas que buscam a adequação à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Dessa forma, as empresas que realizam a contratação da eureciclo e optam pela compensação a nível nacional, recebem, então, o selo eureciclo para estampar suas embalagens e comunicar aos consumidores seu compromisso com a reciclagem. Todo o processo é auditado pela Ernst & Young. A empresa é certificada como Empresa B, conceito que indica um modelo de negócio voltado para o desenvolvimento social e ambiental e é a única brasileira presente no ranking 50 To Watch, lista que reúne companhias de todo o mundo que buscam soluções para combater a crise climática.